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Além das fronteiras: entenda como funciona o mercado de energia em diferentes partes do mundo

27/07/2022
Curiosidades e Energia Elétrica
Produção mundial de energia tem diferentes níveis em cada país.

Conheça como acontece a produção mundial de energia em diferentes lugares e como alguns países lidam com as questões energéticas.

Existe uma preocupação muito grande em como os meios de gerar energia impactam no meio ambiente e suas consequências. A busca por recursos renováveis que trazem menos danos é um ponto comum entre a maior parte dos países e gera debates intensos.

O Brasil chama atenção de maneira positiva por ser um exemplo. A matriz energética do país é composta por 83,4% de fontes limpas, segundo o Ministério de Minas e Energia. Isso engloba hidrelétricas, eólica, biomassa/biogás e solar centralizada.

Só que os dados brasileiros são opostos em comparação a nível mundial. Mesmo com os esforços de governos para aumentar o uso de energias renováveis, ainda assim há um longo caminho a percorrer, principalmente em nações industrializadas.

De acordo com estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), a produção de energia a partir de fontes limpas é de 27% no restante do planeta. O dado ajuda a ligar um alerta sobre a maneira de geração energética ao redor do mundo.

Quer saber mais detalhes sobre a produção mundial de energia? Entender de que forma centros importantes na América do Norte, na Europa e na Ásia lidam com as questões energéticas? Continue a leitura do conteúdo e descubra informações a respeito do tema.

Panorama da produção mundial de energia

Segundo a IEA (Agência Internacional de Energia, em inglês), o mundo tem uma geração de energia elétrica próxima de 25.721 TWh (terawatt por hora). Desse montante, o consumo é de 21.371 TWh, desconsiderando as perdas que naturalmente ocorrem na transmissão.

O carvão ainda desempenha um papel importante. Ele é responsável por 38% da matriz elétrica global, proveniente de usinas térmicas e conhecidas pelo alto teor poluente. Além disso, o gás natural, outra fonte não renovável, aparece em segundo lugar com 23%.

Confira abaixo como está composta a matriz elétrica mundial:

  1. Carvão (38%)
  2. Gás Natural (23%)
  3. Hidrelétricas (16,2%)
  4. Nuclear (10,2%)
  5. Biomassa, solar e eólica (9,7%)
  6. Outros meios (2,9%).

Saiba a diferença entre energia renovável e não renovável!

Produção mundial de energia ainda tem o carvão como líder na matriz energética.
Mesmo com esforços para aumentar fontes renováveis e diminuir impacto no meio ambiente, carvão ainda é carro-chefe da matriz mundial.

Situação da energia nos países

Alemanha

Um dos países mais industrializados do mundo, a Alemanha é um modelo a ser seguido na produção mundial de energia. Ela se destaca pela energia solar e aparece em quarto no ranking mundial dos produtores, com 58,4 GW de potência instalada.

Houve uma intensa conscientização da população para mudar o estilo de vida e adotar uma geração de energia mais sustentável. Além disso, o governo alemão investiu em subsídios a fim de estimular a instalação de painéis fotovoltaicos nas residências e empresas.

As opções são várias, como empréstimos a juros baixos para financiar a instalação de um sistema de energia solar. Existe ainda a possibilidade do congelamento do preço da tarifa pelo período de 20 anos, outra vantagem econômica proporcionada pelas autoridades.

Na Alemanha, todos os consumidores podem escolher de onde vem o fornecimento de energia. O país aparece na segunda colocação de liberdade energética, atrás apenas do Japão, em estudo da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia).

Recentemente, o governo lançou um programa que possui como um de seus pilares chegar a 100% da eletricidade gerada a partir de fontes renováveis até 2030.

China

Os chineses têm um papel importante na produção mundial de energia ao responder por 29% da geração mundial. Ao mesmo tempo, 25% do consumo em todo planeta também vem do país asiático, além da alta emissão de gases poluentes.

Esse cenário tem feito o governo chinês buscar formas de ter maior participação em energias sustentáveis. Há um processo de longo prazo para diminuir a dependência de recursos como gás carbônico e carvão ao gerar eletricidade para a população.

Fazer o esforço para mudar a matriz energética significa também segurança energética para a China, que deixa de depender de importações. As medidas já têm proporcionado bons resultados, principalmente no que diz respeito à eficiência a partir do sol e dos ventos.

O país asiático, hoje, está no topo do mundo em energia solar e eólica com capacidade instalada de 35,9% e 38,5%, respectivamente. Além disso, é um importante produtor de painéis fotovoltaicos e pás eólicas. 

Estados Unidos

Quanto o assunto é a obtenção de energia a partir de fontes renováveis, os Estados Unidos estão atrás. Isso porque 60% da geração de eletricidade se dá a partir de combustíveis fósseis — 40% de gás natural e 20% de carvão, altamente poluentes.

Confira como está a matriz energética do país:

  1. Gás natural (40%)
  2. Energias renováveis (21%)
  3. Carvão (20%)
  4. Energia Nuclear (19%)

Por meio de uma “agenda verde”, os norte-americanos querem aumentar a participação de energias renováveis na matriz. A ideia é que 45% de toda eletricidade consumida seja originada a partir de painéis solares, mas também que outras fontes cresçam.

Isso traz um impacto na produção mundial de energia e estimula o investimento no Mercado Livre de Energia. Os estados possuem autonomia para decidir e 23 dos 50 abrem o segmento a todos os consumidores, totalizando 65% da população dos Estados Unidos.

Japão

Líder no Ranking Internacional de Liberdade Energética, o Japão permite que toda a população escolha de onde quer comprar energia. Ao mesmo tempo, o país tem recursos escassos dentro do segmento e precisa importar 80% da energia que consome.

Principais nações do mundo querem expandir a energia solar na produção mundial de energia
Governo japonês planeja ampliar o uso da energia solar nos próximos anos como forma de ter maior participação de energia limpa.

Isso gera uma dependência muito grande de outras nações, algo que os japoneses querem evitar. O governo investiu por muito tempo na energia nuclear, mas o acidente na Usina de Fukushima, em 2011, gerou dúvidas sobre qual deveria ser o caminho a seguir.

As autoridades japonesas divulgaram, recentemente, um plano para aumentar o uso de fontes renováveis, como a solar e a eólica. A meta é que elas representem de 36% a 38% da matriz energética nacional até 2030, enquanto os combustíveis fósseis reduzam a 41%.

Reino Unido

Quem também tem papel importante na produção mundial de energia é o Reino Unido. Formado por quatro países (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), o local tem a meta de atingir 100% da energia produzida a partir de fontes limpas em até 13 anos.

O plano do governo é pautado, principalmente, pelos sistemas fotovoltaicos e os geradores eólicos. Juntos, eles representam uma parcela de 42%, com uma capacidade instalada de quase 46 GW. A expectativa é que aconteça um crescimento ainda maior em breve.

No Reino Unido, os consumidores são livres para negociar as condições de energia. Por outro lado, a transmissão e a distribuição são reguladas pelo governo.

Ranking Internacional de Liberdade da Energia Elétrica

O ranking baseado em estudo da Abraceel leva em consideração o nível de liberdade energética para os consumidores migrarem ao Mercado Livre. Na 55ª posição, o Brasil tem a projeção de abertura para todos os consumidores — veja o top-10 logo abaixo.

  1. Japão;
  2. Alemanha;
  3. Coreia do Sul;
  4. França;
  5. Reino Unido;
  6. Itália;
  7. Espanha;
  8. Austrália;
  9. Polônia;
  10. Suécia.

A produção mundial de energia ainda passa muito por combustíveis fósseis, mas há uma mudança de pensamento nos principais países. Nos próximos anos, a tendência é que as fontes limpas para gerar energia ganhem uma importância cada vez maior.

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