Além das fronteiras: entenda como funciona o mercado de energia em diferentes partes do mundo
Conheça como acontece a produção mundial de energia em diferentes lugares e como alguns países lidam com as questões energéticas.
Existe uma preocupação muito grande em como os meios de gerar energia impactam no meio ambiente e suas consequências. A busca por recursos renováveis que trazem menos danos é um ponto comum entre a maior parte dos países e gera debates intensos.
O Brasil chama atenção de maneira positiva por ser um exemplo. A matriz energética do país é composta por 83,4% de fontes limpas, segundo o Ministério de Minas e Energia. Isso engloba hidrelétricas, eólica, biomassa/biogás e solar centralizada.
Só que os dados brasileiros são opostos em comparação a nível mundial. Mesmo com os esforços de governos para aumentar o uso de energias renováveis, ainda assim há um longo caminho a percorrer, principalmente em nações industrializadas.
De acordo com estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), a produção de energia a partir de fontes limpas é de 27% no restante do planeta. O dado ajuda a ligar um alerta sobre a maneira de geração energética ao redor do mundo.
Quer saber mais detalhes sobre a produção mundial de energia? Entender de que forma centros importantes na América do Norte, na Europa e na Ásia lidam com as questões energéticas? Continue a leitura do conteúdo e descubra informações a respeito do tema.
Panorama da produção mundial de energia
Segundo a IEA (Agência Internacional de Energia, em inglês), o mundo tem uma geração de energia elétrica próxima de 25.721 TWh (terawatt por hora). Desse montante, o consumo é de 21.371 TWh, desconsiderando as perdas que naturalmente ocorrem na transmissão.
O carvão ainda desempenha um papel importante. Ele é responsável por 38% da matriz elétrica global, proveniente de usinas térmicas e conhecidas pelo alto teor poluente. Além disso, o gás natural, outra fonte não renovável, aparece em segundo lugar com 23%.
Confira abaixo como está composta a matriz elétrica mundial:
- Carvão (38%)
- Gás Natural (23%)
- Hidrelétricas (16,2%)
- Nuclear (10,2%)
- Biomassa, solar e eólica (9,7%)
- Outros meios (2,9%).
Saiba a diferença entre energia renovável e não renovável!
Situação da energia nos países
Alemanha
Um dos países mais industrializados do mundo, a Alemanha é um modelo a ser seguido na produção mundial de energia. Ela se destaca pela energia solar e aparece em quarto no ranking mundial dos produtores, com 58,4 GW de potência instalada.
Houve uma intensa conscientização da população para mudar o estilo de vida e adotar uma geração de energia mais sustentável. Além disso, o governo alemão investiu em subsídios a fim de estimular a instalação de painéis fotovoltaicos nas residências e empresas.
As opções são várias, como empréstimos a juros baixos para financiar a instalação de um sistema de energia solar. Existe ainda a possibilidade do congelamento do preço da tarifa pelo período de 20 anos, outra vantagem econômica proporcionada pelas autoridades.
Na Alemanha, todos os consumidores podem escolher de onde vem o fornecimento de energia. O país aparece na segunda colocação de liberdade energética, atrás apenas do Japão, em estudo da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia).
Recentemente, o governo lançou um programa que possui como um de seus pilares chegar a 100% da eletricidade gerada a partir de fontes renováveis até 2030.
China
Os chineses têm um papel importante na produção mundial de energia ao responder por 29% da geração mundial. Ao mesmo tempo, 25% do consumo em todo planeta também vem do país asiático, além da alta emissão de gases poluentes.
Esse cenário tem feito o governo chinês buscar formas de ter maior participação em energias sustentáveis. Há um processo de longo prazo para diminuir a dependência de recursos como gás carbônico e carvão ao gerar eletricidade para a população.
Fazer o esforço para mudar a matriz energética significa também segurança energética para a China, que deixa de depender de importações. As medidas já têm proporcionado bons resultados, principalmente no que diz respeito à eficiência a partir do sol e dos ventos.
O país asiático, hoje, está no topo do mundo em energia solar e eólica com capacidade instalada de 35,9% e 38,5%, respectivamente. Além disso, é um importante produtor de painéis fotovoltaicos e pás eólicas.
Estados Unidos
Quanto o assunto é a obtenção de energia a partir de fontes renováveis, os Estados Unidos estão atrás. Isso porque 60% da geração de eletricidade se dá a partir de combustíveis fósseis — 40% de gás natural e 20% de carvão, altamente poluentes.
Confira como está a matriz energética do país:
- Gás natural (40%)
- Energias renováveis (21%)
- Carvão (20%)
- Energia Nuclear (19%)
Por meio de uma “agenda verde”, os norte-americanos querem aumentar a participação de energias renováveis na matriz. A ideia é que 45% de toda eletricidade consumida seja originada a partir de painéis solares, mas também que outras fontes cresçam.
Isso traz um impacto na produção mundial de energia e estimula o investimento no Mercado Livre de Energia. Os estados possuem autonomia para decidir e 23 dos 50 abrem o segmento a todos os consumidores, totalizando 65% da população dos Estados Unidos.
Japão
Líder no Ranking Internacional de Liberdade Energética, o Japão permite que toda a população escolha de onde quer comprar energia. Ao mesmo tempo, o país tem recursos escassos dentro do segmento e precisa importar 80% da energia que consome.
Isso gera uma dependência muito grande de outras nações, algo que os japoneses querem evitar. O governo investiu por muito tempo na energia nuclear, mas o acidente na Usina de Fukushima, em 2011, gerou dúvidas sobre qual deveria ser o caminho a seguir.
As autoridades japonesas divulgaram, recentemente, um plano para aumentar o uso de fontes renováveis, como a solar e a eólica. A meta é que elas representem de 36% a 38% da matriz energética nacional até 2030, enquanto os combustíveis fósseis reduzam a 41%.
Reino Unido
Quem também tem papel importante na produção mundial de energia é o Reino Unido. Formado por quatro países (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), o local tem a meta de atingir 100% da energia produzida a partir de fontes limpas em até 13 anos.
O plano do governo é pautado, principalmente, pelos sistemas fotovoltaicos e os geradores eólicos. Juntos, eles representam uma parcela de 42%, com uma capacidade instalada de quase 46 GW. A expectativa é que aconteça um crescimento ainda maior em breve.
No Reino Unido, os consumidores são livres para negociar as condições de energia. Por outro lado, a transmissão e a distribuição são reguladas pelo governo.
Ranking Internacional de Liberdade da Energia Elétrica
O ranking baseado em estudo da Abraceel leva em consideração o nível de liberdade energética para os consumidores migrarem ao Mercado Livre. Na 55ª posição, o Brasil tem a projeção de abertura para todos os consumidores — veja o top-10 logo abaixo.
- Japão;
- Alemanha;
- Coreia do Sul;
- França;
- Reino Unido;
- Itália;
- Espanha;
- Austrália;
- Polônia;
- Suécia.
A produção mundial de energia ainda passa muito por combustíveis fósseis, mas há uma mudança de pensamento nos principais países. Nos próximos anos, a tendência é que as fontes limpas para gerar energia ganhem uma importância cada vez maior.
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