Saiba qual o impacto da crise energética mundial e como o mercado se posiciona
A crise energética mundial é uma das principais preocupações desta década e não deixa nem os países europeus fora do perigo de blackout e racionamento.
A mudança climática já é uma realidade. Eventos extremos de precipitação e inundações devastadoras estão cada vez mais frequentes, e as ondas de calor e períodos secos mais intensos e duradouros.
Nos últimos anos, esse cenário de eventos climáticos extremos ficou bastante evidente, principalmente na Europa, nos Estados Unidos e na América do Sul.
As temperaturas máximas batem recordes a cada ano, há períodos úmidos irregulares que afetam drasticamente os níveis dos rios e o atendimento da demanda por eletricidade.
Quer entender melhor o que está acontecendo no setor de energia? Acompanhe nosso conteúdo até o fim e saiba como a crise energética global nos impacta!
O que é a crise energética mundial?
É o momento em que diversos países do globo estão enfrentando escassez de recursos naturais geradores de energia elétrica, como água para represas, gás importado ou extração de carvão mineral.
América do sul
No Brasil, os preços da energia atingiram patamares próximos do PLD máximo estrutural no segundo semestre dos anos de 2020 e de 2021.
Com destaque para o cenário do ano passado, quando se registrou a maior crise de atendimento energético desde 2001 e os menores níveis de armazenamento da Região Sudeste em quase 100 anos.
Ainda na América do Sul, o Chile e a Argentina sofrem com a irregularidade da precipitação e a diminuição da disponibilidade hídrica proveniente das geleiras da Cordilheira dos Andes.
Isso acaba contribuindo para um cenário também crítico ao atendimento da demanda por energia, que, nos últimos meses, vem se revertendo em virtude do retorno das chuvas.
América do norte
Nos Estados Unidos, em 2022, dois períodos foram críticos.
O primeiro ocorreu no início do ano durante o inverno, na região do Texas, onde houve o congelamento das turbinas eólicas em virtude das ondas de frio intensas. Isso acabou afetando também a distribuição de gás e comprometendo o funcionamento das termelétricas do estado.
A segunda situação crítica atingiu o seu pico nos últimos dois meses no estado da Califórnia como consequência de uma intensa onda de calor, que proporcionou um aumento muito expressivo da demanda de energia.
Uma situação que vem sendo recorrente nos últimos anos.
Europa ocidental
Já na Europa, a primavera e o verão de 2022 foram muito mais secos e quentes que o normal, resultando em:
- pior seca em 500 anos;
- condições severas dos principais rios;
- diminuição do potencial hidrelétrico do continente.
Isso tudo resultou no maior uso de termelétricas e, consequentemente, na redução dos estoques de combustíveis para essas usinas.
Quais são os principais motivos da atual crise energética?
As condições climáticas adversas naturalmente já possibilitam um cenário crítico no fornecimento de energia. No entanto, combinadas com fatores políticos, econômicos e sanitários, a crise energética global pôde tomar proporções mais drásticas ainda.
É exatamente essa combinação que se deu a partir do ano de 2020, proporcionando um período de muita turbulência e imprevisibilidade.
1. Pandemia
Com a pandemia do coronavírus houve uma forte e abrupta queda da demanda e da atividade econômica mundiais, devido aos isolamentos e suspensões de atividades ao redor do mundo.
O que resultou em um aumento do desemprego que atingiu, primeiramente, a China e, posteriormente, a Europa, os Estados Unidos e a América Latina.
2. Economia
Com menos emprego, as famílias tiveram que reduzir gastos. O que fez os estoques de combustíveis e de água de todo o mundo se manterem cheios, proporcionando uma forte redução dos preços. Pelo menos no início foi o que aconteceu.
Por se tratar de uma catástrofe natural inesperada e, a princípio, não de uma crise econômica estrutural, algumas respostas aconteceram de maneira descoordenada, até pelo menos o início da vacinação.
Ao longo dos meses esse erro de cálculo contribuiu para uma reversão inesperada de intensidade das atividades econômicas. Dessa forma, se tornou um desastre financeiro.
3. Mudanças climáticas
Somado às condições climáticas adversas — como ondas de calor e a chegada precoce do inverno no Hemisfério Norte em 2020 a 2021 — houve um aumento expressivo e não previsto da demanda por:
- petróleo;
- gás natural.
O que consumiu os estoques e proporcionou uma explosão nos preços da energia.
A Europa, diferente do Brasil e dos Estados Unidos, é fortemente dependente das importações de energia, principalmente de petróleo e gás. Além disso, há uma política fortemente apoiada na redução da emissão de carbono, diminuindo o uso do carvão na sua matriz energética.
4. Guerra da Rússia vs Ucrânia
Essa característica trouxe uma vulnerabilidade geopolítica estratégica frente ao atendimento da demanda energética.
O motivo é que um dos fornecedores de gás e petróleo para boa parte da Europa, especialmente Alemanha, é a Rússia, cujo presidente iniciou uma guerra com o país vizinho, a Ucrânia.
Além disso, um terço do gás enviado da Rússia para a Europa passa por dentro do solo ucraniano.
Há ainda o fato de que o Nord Stream 1, gasoduto russo, sofreu sabotagem durante o embate entre os países, somado com o fato do Nord Stream 2 ainda não ter sido concluído.
Assim, a suspensão do fornecimento de gás para boa parte da Europa, devido ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia, agravou ainda mais a situação energética do continente, resultando em mais aumento dos preços da energia.
Entenda melhor sobre o Mercado Livre de Energia
De que forma o Brasil é afetado pela crise energética mundial?
Retornando ao Brasil, o período úmido de 2021 acelerou a recuperação dos reservatórios do sudeste e o padrão climático de 2022 vem apresentando de maneira excepcional uma manutenção das condições hídricas.
O que trouxe e traz segurança ao atendimento da demanda em todo o país. Porém, somente reservatórios cheios não são suficientes para garantir a segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Nós precisamos de uma evolução da gestão das fontes de geração em detrimento do melhor uso dos recursos hídricos, por meio do refinamento e melhora das metodologias dos modelos para otimização energética do SIN.
É exatamente isso que vem sendo feito com mais afinco desde os períodos mais críticos nos anos de 2020 e 2021 pelos órgãos competentes.
Nessa conjuntura de fatores climáticos, geopolíticos e econômicos, a RBE tem uma equipe de inteligência especializada que realiza estudos de cenários e mercados, obtendo um melhor posicionamento econômico para nossos clientes no Mercado Livre de Energia.
O mercado de Santa Catarina tem um grande potencial para superar a crise energética mundial, leia mais sobre isso em nosso conteúdo!